Eis que Graduamos

Distintos pais, convidados, mestres, autoridades presentes e formandos.

À cerca de 4 e 5 anos iniciou-se um processo de crescimento de seus filhos, amigos, alunos e companheiros de caminhada, muitos aqui compartilharam conosco do sabor de vencer uma etapa chamada vestibular, para alguns sofrida, árdua e trabalhosa, para outros leve como uma brisa, um presente, e a cada um a seu jeito.

Nossa força nasce no apoio de nossas famílias, amigos(as), filhos(as) e companheiros(as), por isso, àqueles que estiveram ao nosso lado nas horas certas e incertas, de dor e de alegrias - Para vocês nossos diplomas!

E graças ao aprendizado da vida de seguir com sabedoria, fé e esperança, aquilo que era um sonho, hoje é mais um objetivo alcançado!

Muitos de nós nem se quer sabia exatamente o que fazer ou o que decidir quando entramos em nossos cursos. Foram anos de aprendizado, não só acadêmico, envolvendo as ciências humanas, exatas e agrárias, mas anos de formação humana, onde sonhos foram renovados e também formados, caminhos foram cruzados e onde agregamos à nosso currículo, uma gama de valores que vão além das ciências propriamente ditas.

Muitos de nós nunca havíamos nos cruzado e hoje saímos daqui levando um pouquinho de cada um e deixando um pouquinho de nós mesmos.

Aprendemos muito nesses 4 e 5 anos e no momento em que escrevia estas palavras, recorri à memória, aos livros e me veio à mente uma citação de Shakespeare onde ele diz:

“Existe uma maré na história do homem.
Deveríamos aceitar a enchente, ela leva à fortuna.
Mas se omitida, a viagem das suas vidas estará restrita à sombras e misérias.
Em um mar tão cheio  estamos agora a  flutuar.
E devemos pegar a corrente quando ela nos servir.
Ou perder as aventuras que estão por vir".

Quando leio este trecho de Júlio César, penso que Shakespeare quis nos dizer que devemos abrir os nossos olhos não somente para as oportunidades de sorrir, mas também para as oportunidades de: Sorrir, de ver o encanto do mundo, dos amigos, de sentir a brisa do vento e a beleza de uma alvorada ou de um pôr-do-sol e, viver!

Devemos aproveitar as chances ímpares que a vida nos dá nos seus momentos mais singulares, para tanto, é preciso ter olhos de ver. Muitos aqui, viram esse momento singular há tempos atrás e voltaremos a ver ao sairmos por aquela porta, não somente com nossos diplomas de pedagogos, zootecnistas e engenheiros agrônomos, mas com uma formação, uma boa formação eu diria, por termos tido o privilégio de estarmos em uma Universidade Pública, em cursos de conceito A, que nos mostrou o caminho e as ferramentas. E, aqueles que souberem “pegar a corrente” não perderão as “aventuras” que nos aguardam e as alegrias que merecemos!

Neste momento tão especial em nossas vidas, não nos cabe outra coisa além de agradecer, agradecer aos nossos pais, pelo apoio e renuncias a nosso favor, aos irmãos que seguram as pontas, toleram as nossas ausências e perdoaram os nossos estresses em dias de provas, de seminário, de estágios em empresas e escolas, de pesquisas em laboratórios, de trabalhos de campo em fazendas, debaixo de sol escaldante ou em ambientes cheios de papéis e mofo.

Agradecer aos amigos, pela presença que nos fortalece, que estimula, que chora e ri junto. Aos filhos, que foram gerados no decorrer do curso, ou pequenininhos souberam aceitar e renunciar o seio materno e o colo seguro de um pai e mãe estudante.

Aos colegas, que se fizeram companheiros, que riram e compartilharam conosco de momentos de luta, esforço pessoal, superação e reivindicações junto à universidade em prol de uma melhor qualidade de ensino e estrutura, não somente para nós que estávamos lá, mas também para aqueles que ali construirão sonhos e darão continuidade a este ciclo acadêmico.

Desejo que os que vierem saibam viver cada dia de graduação sendo grandes, sendo inteiros e parafraseando Fernando pessoa: “sendo todo em cada coisa, pondo tudo que és no mínimo que fazem”, assim como tentamos fazer e ainda tentaremos em cada coisa, em casa lição que nos é imposta, escolhida ou proposta a nós.

Agradecer à universidade, na pessoa do magnífico Reitor, a todos os funcionários e, em especial aos nossos mestres, que foram exigentes quando necessário e amigos/parceiros quando o objetivo primordial era o nosso crescimento, o nosso amadurecimento, sobretudo o despertar em nós a afeição pela pesquisa, pela informação correta, pelo conhecimento, dando-nos espírito crítico necessários à formação de cidadãos menos susceptíveis à argumentações parciais.

Agradecer a Deus pela magia de viver, de saber sentir e valorizar, tanto as grandes, quanto as pequenas conquistas da vida.

Porque a vida não nos deve nada e acho mesmo é que nós devemos algo ao mundo.

“Estaremos sós? Não! Mas nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar!”

Obrigada a todos - Vanuza Kelly - Pedagoga!